Não muito
tempo atrás, percebíamos, tanto em concurso como em provas de vestibular, que
as questões de português priorizavam
a memorização de regras
gramaticas . Isso demandava um grande tentativa, por partes dos alunos, de estudar a língua
materna como uma obrigação entediante. O português tinha que ser gravada de uma forma mecânica e sem sentido. O
pior de tudo era que após algum tempo,
todo o esforço empregado era em vão, pois a tendência era que o aluno
esquecesse tudo e também não utilizasse em sua vida cotidiana parte da “decoreba” que ele
estudava.
Muitos estudos e águas rolaram até que se chegou a conclusão
que saber ler, interpreta e reconhecer as estruturas linguísticas de um texto, e não somente decorar regras deveriam ser os
objetivos de qualquer exame de admissão ou
aula. Então, muitas bancas e professores passaram a considerar tais
estudos e cobrar uma eficiente leitura e
compreensão de textos oriundos de
diversas fontes .
Para compreender um texto, precisa se de duas fases básicas:
informação, saber identificar o conteúdo
do texto , e reconhecimento, entender qual é tipo de
texto predominante daí o texto se torna
mais fácil para o entendimento e interpretação. São cinco os modos de
organização do discurso ou tipos
textuais, narração, descrição, exposição (ou dissertação expositiva),
argumentação (ou dissertação argumentativa) e injunção.
Um texto predominantemente narrativo tem como objetivo relatar um a historia ou
relatar uma sucessão de acontecimentos ao longo do texto; o texto descritivo
objetiva caracterizar personagens , locais ,objetos sensações ou mesmo cenas .
O texto expositivo , também conhecido como dissertação expositiva, procura transmitir
informações a respeito de um assunto. A argumentação (ou dissertação argumentativa) o objetivo principal é defender um ponto de
vista, ou seja , apresentar uma opinião a respeito de um tema polemico e
procura demostrar que sua opinião está correta. O texto injuntivo tem na
maioria das vezes , o papel de transmitir , orientações , instruções ou conselhos.
Por Dayse Castro
verifique quais são os tipos textuais predominates nos textos a seguir:
Texto 1
Um dever
amaríssimo (fragmento)
José Dias
amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias; não as
havendo, servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir buscar o gamão, que
estava no interior da casa. Cosi-me muito àparede,
e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram
presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. Trazia as calças curtas para
que lhe ficassem bem esticadas. A gravata de cetim preto, com um arco de aço
por dentro, imobilizava lhe o pescoço; era então moda. O rodaque de chita,
veste caseira e leve, parecia nele uma casaca de cerimônia. Era magro,chupado,
com um princípio de calva; teria os seus cinqüenta e cinco
anos.
ASSIS,Machado de.Dom Casmurro.São
Paulo:Martins Fontes,2003.
Texto
2
Um Leão pediu a filha de um lenhador em
casamento. O Pai, contrariado por não poder negar, já que o temia, viu também
na ocasião, um excelente modo de livrar-se de vez daquele incômodo.
Ele disse que concordaria em tê-lo como genro, mas com uma condição; Este
deveria deixar-lhe arrancar suas unhas e dentes, pois sua filha tinha muito
medo dessas coisas.
Feliz da vida o Leão concordou. Feito isso, ele tornou a fazer seu pedido, mas
o lenhador, que já não mais o temia, pegou um cajado e expulsou-o de sua casa.
Assim, vencido, ele retornou à floresta.
Autor: Esopo
Moral da História:
I) O amor é capaz de amansar a mais selvagem criatura.
II) Todos os problemas, quando examinados de perto, acabam por revelar
sua solução.
Texto 3
Por onde começo:
Antes de ligar:
1- Retire a base
da embalagem, calços e fitas de
fixação dos
componentes internos.
2- Limpe o
interior do seu produto usando um
pano ou esponja
macia com água morna e
sabão neutro.
3- Não utilize
objetos pontiagudos, álcool,
líquidos
inflamáveis ou limpadores abrasivos.
Eles podem
danificar a pintura de seu Freezer.
4- Verifique se
a tensão da rede elétrica no local
de instalação é a
mesma indicada na etiqueta
fixada próximo
ao plugue do cordão de
alimentação do
seu Freezer.
5-O Freezer deve
ser ligado em uma tomada
elétrica em bom estado.
Texto
4
Tanzânia
A Tanzânia é um dos
países mais pobres do mundo, com um PIB per capita de apenas
US$ 1,100.00 dólares em 2007. A economia depende consideravelmente da agricultura que emprega cerca de 80% da mão de obra e por aproximadamente 85% das exportações(...)
Texto
5
O MUNDO CRUEL
(Fonte:
Jornal Folha.com, Luiz Rivoiro)
O que é
um filme "para crianças"? Ou, reformulando, o que seria um filme
"adequado" para menores? Assim como uma infinidade de questões acerca
do futuro da humanidade, essa é uma pergunta que me faço quase todos os finais
de semana quando me pego planejando com os garotos a nossa próxima ida ao
cinema. Muita gente pode achar isso tolice, já que tem a resposta na ponta da
língua: "Ora, qualquer produção que apresente bichinhos fofos, animais
falantes ou crianças espertinhas, algo como Backyardigans e Pinky Dinky Doo,
certo?" Huuuummm... Sim. Não. Mais ou menos.
Cada vez
mais, no entanto, a chamada indústria do entretenimento vem se sofisticando e
introduzindo questões complexas em suas produções voltadas para o público
infantil. Já falei aqui, por exemplo, de UP - Altas Aventuras, da Pixar. Seu
foco é obviamente a criança, mas é impossível ignorar o apelo e a enorme carga
de significados que sua sequência inicial sobre a passagem do tempo, vida e
morte capaz de tocar fundo qualquer adulto e, ainda assim, encantar o público
infantil. Esse é apenas um exemplo de temas ditos "adultos"
introduzidos de forma consciente em tramas aparentemente pueris. Há outros,
claro, como a questão da preocupação com o futuro do planeta em Wallie., também
da Pixar, ou a descoberta do ser "humano" para além da aparência
exterior em Shrek, da Dreamworks, ou ainda sobre a consolidação da amizade
apesar das diferenças, como vemos em A Era do Gelo, da Fox. Mas não é só isso.
Para além dos chamados temas "nobres", existe uma outra vertente.
Mais cruel. E, ao meu ver, igualmente necessária.
Nesta
categoria, encaixam-se especificamente os filmes dirigidos/produzidos por Tim
Burton. Seus personagens quase sempre não são bonitos. Muito pelo contrário.
São feios. Melhor, horrorosos. Por dentro e por fora. Expõem na sua bizarrice o
que há de pior no ser humano. Dê uma olhada em A Fantástica Fábrica de
Chocolate, por exemplo. Ninguém ali, salvo o garoto Charlie e sua família, é lá
muito normal. Williy Wonka chega mesmo a apresentar sinais claros de sadismo ao
"punir" as crianças que visitam a sua fábrica (e olha que a versão de
Johnny Depp dá uma suavizada no personagem interpretado por Gene Wilder na
versão de 1971, ainda mais cruel). E dá para dizer
que é um
filme para crianças? Claro que sim! Os meninos lá em casa adoram! E não é só
esse.
Mais
sinistros, O Estranho Mundo de Jack, A Noiva Cadáver, 9, Alice no País das
Maravilhas ainda tem a ousadia de falar de aberrações, monstros, fantasmas,
vampiros, cadáveres, bonecos nada bonitinhos, personagens amalucados. Os temas
e a paleta de cores vão muito além do universo "azul bebê e cor de rosa e
bichinhos cuti-cuti" que normalmente povoam o imaginário que os pais
insistem em construir para seus filhos. Mas o mundo afinal de contas não é
assim? Por acaso não devemos nos acostumar com a existência da morte em nossas
vidas? Ou com todo o "dark side" da raça humana? Ou, enfim, com a
existência do mal? A meu ver, sim.
Claro que
não acho que as crianças devam ser expostas a altas doses de violência, sangue,
tripas, torturas ou coisas do gênero. Óbvio que não. Cada coisa a seu tempo,
sem dúvida. Mas considero válida a proposta de Burton de tratar de temas
aparentemente "tabus" de maneira ao mesmo tempo criativa e bizarra. E
as crianças sabem o que está rolando. Quando Jack sequestra o Papai Noel para
se apoderar do Natal, por exemplo, elas sabem que aquilo não é certo. São mais
espertas do que podemos admitir, ainda que teimemos em não aceitar isso em nome
de uma suposta e perene "inocência" infantil. Nada disso. O que eles
veem na tela é apenas um conto de Natal, uma fantasia, como tantas outras. Um
pouco diferente aqui e ali, mas no fim de tudo, uma fantasia. Só isso. E
ninguém vai sair por aí cortando cabeças só por que a Rainha assim o diz em
Alice.
Por isso
me irrito com gente que se dispõe a mudar o final dos contos escritos pelos
irmãos Grimm ou tornar as canções infantis politicamente corretas (e olha que,
no original,os contos de fada são muito, mas muito mais cruéis do que as
versões lançadas por aqui). Assim não se muda a realidade, tenta-se maquiá-la,
pintá-la de azul bebê e cor de rosa. Salva-se o gato, mas e daí? Sabemos muito
bem que há muito mais cores por aí, algumas nem tão brilhantes. Aos poucos, as
crianças também irão descobrir isso.
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/acordo.php?action=acordo&version=1990