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quarta-feira, 7 de março de 2012

Modos de organização ou tipologia textual 1ª Aula.

 
           Não muito tempo atrás, percebíamos, tanto em concurso como em provas de vestibular, que as questões de português priorizavam  a  memorização de regras gramaticas . Isso demandava um grande tentativa,  por partes dos alunos, de estudar a língua materna como uma obrigação entediante. O português  tinha que ser  gravada de uma forma mecânica e sem sentido. O pior de tudo era  que após algum tempo, todo o esforço empregado era em vão, pois a tendência era que o aluno esquecesse  tudo e também não  utilizasse   em sua vida cotidiana   parte da “decoreba”  que ele  estudava. 
Muitos estudos e águas rolaram até que se chegou a conclusão que saber ler, interpreta e reconhecer as estruturas linguísticas  de um texto,  e não somente decorar regras deveriam ser os objetivos de qualquer exame de admissão ou  aula. Então, muitas bancas e professores passaram a considerar tais estudos e cobrar uma eficiente leitura e  compreensão  de textos oriundos de diversas fontes .
Para compreender um texto, precisa se de duas fases básicas:  informação, saber identificar o conteúdo do  texto ,  e reconhecimento, entender qual é tipo de texto predominante   daí o texto se torna mais fácil para o  entendimento e  interpretação. São cinco os modos de organização do discurso ou  tipos textuais, narração, descrição, exposição (ou dissertação expositiva), argumentação (ou dissertação argumentativa) e injunção.
Um texto predominantemente narrativo  tem como objetivo relatar um a historia ou relatar uma sucessão de acontecimentos ao longo do texto; o texto descritivo objetiva caracterizar personagens , locais ,objetos sensações ou mesmo cenas . O texto expositivo , também conhecido como  dissertação expositiva, procura transmitir informações a respeito de um assunto. A  argumentação (ou dissertação argumentativa)  o objetivo principal é defender um ponto de vista, ou seja , apresentar uma opinião a respeito de um tema polemico e procura demostrar que sua opinião está correta. O texto injuntivo tem na maioria das vezes , o papel de transmitir , orientações , instruções  ou conselhos.

Por Dayse Castro   


verifique quais são os tipos textuais predominates nos textos a seguir:


Texto 1
Um dever amaríssimo (fragmento)

José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias; não as havendo, servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir buscar o gamão, que estava no interior da casa. Cosi-me muito àparede, e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bem esticadas. A gravata de cetim preto, com um arco de aço por dentro, imobilizava lhe o pescoço; era então moda. O rodaque de chita, veste caseira e leve, parecia nele uma casaca de cerimônia. Era magro,chupado, com um princípio de calva; teria os seus cinqüenta e cinco anos.
ASSIS,Machado de.Dom Casmurro.São Paulo:Martins Fontes,2003.

Texto 2
Um Leão pediu a filha de um lenhador em casamento. O Pai, contrariado por não poder negar, já que o temia, viu também na ocasião, um excelente modo de livrar-se de vez daquele incômodo.

Ele disse que concordaria em tê-lo como genro, mas com uma condição; Este deveria deixar-lhe arrancar suas unhas e dentes, pois sua filha tinha muito medo dessas coisas.

Feliz da vida o Leão concordou. Feito isso, ele tornou a fazer seu pedido, mas o lenhador, que já não mais o temia, pegou um cajado e expulsou-o de sua casa. Assim, vencido, ele retornou à floresta.
Autor: Esopo

Moral da História:
I) O amor é capaz de amansar a mais selvagem criatura.
II) Todos os problemas, quando examinados de perto, acabam por revelar sua solução.

Texto 3

Por onde começo:
Antes de ligar:
1- Retire a base da embalagem, calços e fitas de
fixação dos componentes internos.
2- Limpe o interior do seu produto usando um
pano ou esponja macia com água morna e
sabão neutro.
3- Não utilize objetos pontiagudos, álcool,
líquidos inflamáveis ou limpadores abrasivos.
Eles podem danificar a pintura de seu Freezer.
4- Verifique se a tensão da rede elétrica no local
de instalação é a mesma indicada na etiqueta
fixada próximo ao plugue do cordão de
alimentação do seu Freezer.
5-O Freezer deve ser ligado em uma tomada
elétrica em bom estado.

Texto 4
Tanzânia
A Tanzânia ou Tanzania[4][5] (em Suaíli: Jamhuri ya Muungano wa Tanzania)[6] é um país da África Oriental, limitado a norte pelo Uganda e pelo Quénia, a leste pelo Oceano Índico, a sul por Moçambique, pelo Malauí e pela Zâmbia e a oeste pela República Democrática do Congo (fronteira exclusivamente lacustre, através do lago Tanganica), pelo Burundi e por Ruanda. O país inclui também o arquipélago de Zanzibar, no Índico(...)
A Tanzânia é um dos países mais pobres do mundo, com um PIB per capita de apenas US$ 1,100.00 dólares em 2007. A economia depende consideravelmente da agricultura que emprega cerca de 80% da mão de obra e por aproximadamente 85% das exportações(...)

Texto 5
O MUNDO CRUEL
(Fonte: Jornal Folha.com, Luiz Rivoiro)
O que é um filme "para crianças"? Ou, reformulando, o que seria um filme "adequado" para menores? Assim como uma infinidade de questões acerca do futuro da humanidade, essa é uma pergunta que me faço quase todos os finais de semana quando me pego planejando com os garotos a nossa próxima ida ao cinema. Muita gente pode achar isso tolice, já que tem a resposta na ponta da língua: "Ora, qualquer produção que apresente bichinhos fofos, animais falantes ou crianças espertinhas, algo como Backyardigans e Pinky Dinky Doo, certo?" Huuuummm... Sim. Não. Mais ou menos.
Cada vez mais, no entanto, a chamada indústria do entretenimento vem se sofisticando e introduzindo questões complexas em suas produções voltadas para o público infantil. Já falei aqui, por exemplo, de UP - Altas Aventuras, da Pixar. Seu foco é obviamente a criança, mas é impossível ignorar o apelo e a enorme carga de significados que sua sequência inicial sobre a passagem do tempo, vida e morte capaz de tocar fundo qualquer adulto e, ainda assim, encantar o público infantil. Esse é apenas um exemplo de temas ditos "adultos" introduzidos de forma consciente em tramas aparentemente pueris. Há outros, claro, como a questão da preocupação com o futuro do planeta em Wallie., também da Pixar, ou a descoberta do ser "humano" para além da aparência exterior em Shrek, da Dreamworks, ou ainda sobre a consolidação da amizade apesar das diferenças, como vemos em A Era do Gelo, da Fox. Mas não é só isso. Para além dos chamados temas "nobres", existe uma outra vertente. Mais cruel. E, ao meu ver, igualmente necessária.
Nesta categoria, encaixam-se especificamente os filmes dirigidos/produzidos por Tim Burton. Seus personagens quase sempre não são bonitos. Muito pelo contrário. São feios. Melhor, horrorosos. Por dentro e por fora. Expõem na sua bizarrice o que há de pior no ser humano. Dê uma olhada em A Fantástica Fábrica de Chocolate, por exemplo. Ninguém ali, salvo o garoto Charlie e sua família, é lá muito normal. Williy Wonka chega mesmo a apresentar sinais claros de sadismo ao "punir" as crianças que visitam a sua fábrica (e olha que a versão de Johnny Depp dá uma suavizada no personagem interpretado por Gene Wilder na versão de 1971, ainda mais cruel). E dá para dizer
que é um filme para crianças? Claro que sim! Os meninos lá em casa adoram! E não é só esse.
Mais sinistros, O Estranho Mundo de Jack, A Noiva Cadáver, 9, Alice no País das Maravilhas ainda tem a ousadia de falar de aberrações, monstros, fantasmas, vampiros, cadáveres, bonecos nada bonitinhos, personagens amalucados. Os temas e a paleta de cores vão muito além do universo "azul bebê e cor de rosa e bichinhos cuti-cuti" que normalmente povoam o imaginário que os pais insistem em construir para seus filhos. Mas o mundo afinal de contas não é assim? Por acaso não devemos nos acostumar com a existência da morte em nossas vidas? Ou com todo o "dark side" da raça humana? Ou, enfim, com a existência do mal? A meu ver, sim.
Claro que não acho que as crianças devam ser expostas a altas doses de violência, sangue, tripas, torturas ou coisas do gênero. Óbvio que não. Cada coisa a seu tempo, sem dúvida. Mas considero válida a proposta de Burton de tratar de temas aparentemente "tabus" de maneira ao mesmo tempo criativa e bizarra. E as crianças sabem o que está rolando. Quando Jack sequestra o Papai Noel para se apoderar do Natal, por exemplo, elas sabem que aquilo não é certo. São mais espertas do que podemos admitir, ainda que teimemos em não aceitar isso em nome de uma suposta e perene "inocência" infantil. Nada disso. O que eles veem na tela é apenas um conto de Natal, uma fantasia, como tantas outras. Um pouco diferente aqui e ali, mas no fim de tudo, uma fantasia. Só isso. E ninguém vai sair por aí cortando cabeças só por que a Rainha assim o diz em Alice.
Por isso me irrito com gente que se dispõe a mudar o final dos contos escritos pelos irmãos Grimm ou tornar as canções infantis politicamente corretas (e olha que, no original,os contos de fada são muito, mas muito mais cruéis do que as versões lançadas por aqui). Assim não se muda a realidade, tenta-se maquiá-la, pintá-la de azul bebê e cor de rosa. Salva-se o gato, mas e daí? Sabemos muito bem que há muito mais cores por aí, algumas nem tão brilhantes. Aos poucos, as crianças também irão descobrir isso.








 http://www.portaldalinguaportuguesa.org/acordo.php?action=acordo&version=1990

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